A rede hoteleira francesa Accor prevê o retorno da receita aos mesmos patamares de 2019 no segundo semestre de 2022, na América do Sul, diz Abel Castro, vice-presidente sênior de desenvolvimento de novos negócios da Accor na região, durante a Live do Valor desta segunda-feira.
Com 95% dos hotéis abertos na América do Sul, atualmente, a rede registra uma taxa de 37% de ocupação na região. “É o melhor índice desde o início da pandemia”, diz Castro. No Brasil, a taxa de ocupação atual é de 35%, enquanto no Chile, a média é de 50%.
Até o fim de 2021, ele estima que todos os 398 hotéis da região estejam abertos e que a empresa feche o ano com uma receita 30% inferior à de 2019. “No ano de 2020, a nossa receita foi 50% menor do que em 2019”, diz Castro. “Este ano estamos animados com os números deste mês de férias”.
No início da pandemia, a Accor fechou 90% dos hotéis sul-americanos, que hoje contam com 75 mil quartos, de um total de 780 mil no mundo. “Em todos esses momentos a gente teve que se adaptar e pensar como ia voltar para receber os hóspedes com segurança”, diz o executivo.
Este ano, a Accor prevê abrir 25 novos hotéis na região, de um total de 100 novos empreendimentos previstos pela rede nos próximos anos.
Sobre a previsão anterior, de abrir 30 novos hotéis no período, Castro explica que alguns lançamentos foram adiantados no fim de 2020 e que houve atraso de algumas aberturas, mas reforça que não houve desistências.
O executivo diz que a pandemia gera impacto na tomada de decisão do investidor, mas pondera que “do ponto de vista de fluxo de caixa, como você leva dois anos na construção, a pandemia já terá passado.”
Aquisições e parcerias não saem da pauta da Accor e, inclusive, as consultas aumentaram durante a crise sanitária, segundo o executivo. “A prioridade do momento é trazer de volta a rentabilidade para parceiros e investidores”, afirma.
Além da retomada do turismo doméstico, já registrando taxas de 75% de ocupação em hotéis na região Nordeste, neste período de férias de julho, a empresa também olha com atenção para viajantes que unem trabalho e lazer. Uma pesquisa feita pela rede mostrou que 40% dos participantes que viajam a trabalho pretendem estender viagens de negócios para turismo.
Outro público potencial são os chamados “nômades digitais$, que se hospedam e trabalham em hotéis pelo mundo todo. “Criamos formas de atender essas pessoas que podem trabalhar em qualquer lugar”, diz Castro.
Por Daniela Braun, Valor — São Paulo
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/07/19/rede-accor-preve-alcancar-a-mesma-receita-de-2019-no-segundo-semestre-de-2022.ghtml
.