Apesar das incertezas econômicas, transparência pode atrair investimentos para empresas no Brasil, diz diretora da GRI

 

Consultoria apresentou na Live do Valor estudo que mostra companhias brasileiras melhor posicionadas na divulgação sobre sustentabilidade

 

A melhora da transparência das empresas brasileiras deve levar ao aumento dos investimentos estrangeiros no mercado local, independentemente das incertezas que rondam o país. A avaliação é da diretora da Global Reporting Initiative (GRI), Glaucia Terreo, que participou nesta sexta-feira (15) da Live do Valor.

 

Organização internacional dedicada ao desenvolvimento de padrões para relatórios de sustentabilidade, a GRI apresentou nesta sexta estudo que mostra as 14 companhias brasileiras com maior nível de transparência na divulgação sobre sustentabilidade. A pesquisa foi divulgada com exclusividade ao Valor.

 

Glaucia destacou que a lista traz série de exemplos que “têm uma credibilidade, uma reputação entre investidores, que independe das incertezas que temos enfrentado”. Em termos de setores, a diretora acredita que energia elétrica e papel e celulose podem ser considerados como os mais avançados em transparência sobre iniciativas sociais, ambientais e e de governança (ESG, na sigla em inglês).

 

No segmento de energia, isso é explicado pela maior regulação do setor, observa a consultora. “Desde 2000, a agência regulatória exige, por exemplo, que eles prestem contas sobre sustentabilidade”.

 

Já o setor de papel e celulose teve contato mais precoce com a cobrança de investidores internacionais sobre informações desse tipo, considerando suas atividades como exportadoras. “Há exemplos de muitas empresas avançadas nesse setor”, avalia Glaucia.

 

Para Sonia Favaretto, presidente do conselho consultivo da GRI, que também participou da live, não é possível afirmar que há segmentos “que ficaram para trás” em termos de transparência. “Está todo mundo fazendo a lição de casa, mas alguns setores têm mais desafios do que outros.”

 

Questionada sobre o erro mais comum que uma companhia pode cometer em termos de ESG, Sonia afirmou que é “não ser fiel a sua essência”. “É tentar atender a tudo, o que vai ser impossível, e não olhar pro fundamento do negócio”, disse.

 

Para Glaucia, um erro comum cometido pelas empresas, em meio ao aumento das discussões sobre o tema, é “andar no piloto automático” e adotar medidas “só porque todo mundo está fazendo”. “É preciso saber o porquê de você ter aquele gasto de tempo e de recursos”, completou.

 

https://valor.globo.com/financas/noticia/2021/10/15/apesar-das-incertezas-economicas-transparencia-pode-atrair-investimentos-para-empresas-no-brasil-diz-diretora-da-gri.ghtml

 

Por Rita Azevedo, Valor — São Paulo

 

30 nov

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