A reciclagem de 99,1% dos resíduos de obras e a adoção de um concreto que emite 26% a menos de CO₂ são algumas das medidas implantadas pela incorporadora.
Os 43 anos de história da Tegra Incorporadora, completados em 2021, sustentam-se em números robustos como os prédios que ela se habituou a levantar. Em 2020, a companhia chegou à marca de mais de 25 milhões de metros quadrados construídos e em obras e a cerca de 102.000 imóveis desenvolvidos.
O tamanho da companhia é proporcional à sua responsabilidade. É por isso que a Tegra está comprometida com boas práticas não só relacionadas à segurança, como também ambientais, sociais e de governança, agrupadas pela sigla, em inglês, ESG, e elabora um relatório anual de sustentabilidade.
O de 2020 registra, por exemplo, que a companhia compensou a emissão de 37.000 toneladas de CO₂ naquele ano com equivalente ao plantio de 264.000 árvores — a compensação é feita por meio do programa Amigo do Clima através da compra de crédito de carbono.
Os desafios da Tegra
Registre-se que a Tegra equilibra a emissão do poluente observando toda a cadeia de fornecedores e não apenas o dia a dia de seus escritórios e canteiros de obras. “Se não olhássemos para todos os elos da cadeia, nossa atuação seria muito rasa”, diz Patricia Domingues, diretora executiva de construção e sustentabilidade da incorporadora.
Ela acrescenta que a estratégia tem incentivado os fornecedores a buscar soluções mais sustentáveis. Prova disso é o concreto traço único Spectra, desenvolvido pela Votorantim Cimentos.
Adotado pela Tegra, ele emite 26% a menos de CO₂ que o produto tradicional, e demanda 15% a menos de aço quando é utilizado como estrutura. “Vamos usá-lo em todas as nossas obras a partir de agora”, adianta Patricia. “Algo que parecia impossível começa a virar realidade graças ao compromisso comum com o meio ambiente”.
Em todas as construções, painéis informam os indicadores socioambientais, sempre atualizados.
Inovação no canteiro de obras
“Sabemos que não basta reduzir o uso de materiais nocivos, precisamos alterar a maneira como construímos, o que ajudará a transformar todo o setor ao longo do tempo”, acredita a executiva. As madeiras utilizadas atendem padrões ambientais e são todas certificadas pela FSC.
Com uma meta anual de reciclar 85% dos resíduos gerados nas obras, a empresa já dá destino sustentável a 99,1% deles. Bastou medidas simples como a substituição de tapumes e proteções de madeiras por alternativas metálicas, que podem ser perfeitamente aproveitadas em empreendimentos futuros.
A Tegra também abandonou o hábito de considerar o entulho como uma coisa só — é o que agrupa todos os resíduos e torna a destinação correta de cada material quase impossível. Mais uma conquista: redução de 3% no consumo de água nos canteiros de obras entre 2019 e 2020.
A instalação de placas de captação de energia solar nos edifícios, de bicicletários, de tomadas para carros elétricos e de locais para descarte de óleo de cozinha e de pilhas e baterias é outro exemplo de medida em prol do meio ambiente.
Sustentabilidade em todo entorno
Certificada como Empreendedor Aqua, selo que atesta seu compromisso com a alta qualidade ambiental, a incorporadora também se preocupa com os demais pilares da sigla ESG. Em 2017, por exemplo, tirou do papel um programa cujo nome já diz a que veio: Gentilezas Urbanas. Em resumo, promove melhorias no entorno, revitalizando espaços públicos como praças, escadarias e canteiros de avenidas.
“Começamos o projeto de maneira despretensiosa, ao notar uma praça bastante descuidada próxima de um futuro empreendimento”, lembra João Mendes, diretor de incorporação da Tegra. “O feedback da vizinhança após a transformação foi tão positivo que resolvemos adotar a ideia como prática”.
A companhia já repaginou 36 espaços públicos, investindo 2,5 milhões de reais no projeto. “Não são contrapartidas motivadas por obrigações legais, mas por nossa crença de que uma empresa como a nossa deve olhar para seu entorno”.
Ganhos de todos os lados
Mendes acrescenta que a Tegra não adota práticas ESG de olho em retornos financeiros maiores. Mas reconhece que eles podem fazer parte da equação. “O ESG está ganhando muita força e no futuro será quase uma obrigação”, acredita. “Os consumidores não vão aceitar comprar de companhias que não demonstrem responsabilidade com o meio ambiente e com a sociedade ou que não se preocupem com a própria governança”.
No que se refere ao último item, a empresa está assentada sobre um sólido código de conduta ética, vital para o combate à corrupção. “Temos um departamento de compliance que cuida disso há mais de dez anos”, destaca Patrícia Caseira, diretora corporativa de gente e gestão da Tegra. “O ESG ganhou muita força mundo afora agora, mas nos preocupamos há muito tempo com as questões que a sigla propõe”.
A adesão aos princípios de empoderamento das mulheres traçados pelo braço feminino da ONU revela o compromisso da companhia em batalhar pela igualdade de gênero.
Nos escritórios da Tegra, 56% dos funcionários são do sexo feminino e elas ocupam quase metade dos cargos de liderança. “Nos canteiros de obras os homens ainda são maioria por razões históricas, mas queremos deixar as mulheres confortáveis para ocupar qualquer espaço”, conclui a diretora corporativa.