Por meio de 16 metas para o futuro, empresa quer mapear e solucionar todos os resíduos sólidos gerados na cadeia e reduzir a desigualdade social
Gestão de resíduos: reduzir, reutilizar e reciclar o equivalente a 150% de todo o resíduo sólido gerado na cadeia de valor do Grupo Boticário (Grupo Boticário/Getty Images)
Cinco anos atrás, a ONU reuniu líderes de vários países para desenhar uma estrutura para o alcance de um mundo mais verde, justo e inclusivo até 2030. Assim, nasceram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que abordam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo.
Não bastava mais que cada um fizesse sua parte. Era necessário unir esforços para repensar a atuação e a responsabilidade socioambiental das empresas, países, líderes e sociedade. É por isso que o Grupo Boticário alinhou sua agenda ESG aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, estabelecendo 16 compromissos a ser realizados por meio de seu movimento #UmaBelezaDeFuturo. “ESG não é uma agenda nova para nós, mas os novos tempos apresentam cenários complexos que exigem um comprometimento ainda maior e, por isso, estamos avançando na agenda social e ambiental, deixando um legado que vai muito além da nossa cadeia”, afirma Artur Grynbaum, vice-presidente do conselho de administração do Grupo Boticário.
“Tudo o que a gente faz deixa uma marca”
A agenda ESG – sigla para práticas ambientais, sociais e de governança – do Grupo Boticário de fato não é uma novidade. A empresa se preocupa há mais de 40 anos em manter programas de eficiência energética e de reúso de água em suas unidades fabris e há mais de 20 anos não realiza testes de produtos em animais com certificação do People for the Ethical Treatment of Animals (Peta) e do Leaping Bunny.
Desde 2006, a empresa detentora de algumas das marcas preferidas dos consumidores (O Boticário) na pesquisa das marcas mais admiradas em estilo de vida Casual Brands, promovida pela Casual com os leitores da EXAME, possui iniciativas proprietárias de logística reversa com mais de 4.000 pontos de coleta distribuídos por 1.751 municípios. É o maior programa de logística reversa em pontos de coleta de uma empresa do Brasil
Agora, ao firmar 16 novos compromissos para o futuro, o Grupo Boticário surpreende pela ousadia de seus números. Entre as missões estão mapear e solucionar 150% de todo resíduo sólido gerado por toda sua cadeia produtiva (ou seja, cuidar de seus resíduos e também dos resíduos de seus fornecedores e clientes), e ainda reduzir a desigualdade social de 1 milhão de brasileiros, transformando a realidade da gestão de resíduos no país.
Na frente de redução, um dos exemplos a ser replicado é o do Malbec, que tem seu vidro reutilizado no pós-consumo em suas embalagens. No ano passado, foram vendidas mais de 14 milhões de unidades do produto, hoje um dos itens de perfumaria mais vendidos do mundo. Apenas com essa medida, 93 toneladas do material deixaram de ser usadas. Somado às iniciativas de redução de gramatura do vidro, esse volume corresponde a uma redução de resíduos equivalente ao lixo gerado por 300.000 brasileiros em um dia.
Paralelo a isso, o grupo promete incentivar a coleta, reutilização e reciclagem do vidro. A ideia é gerar renda para os catadores ao inserir a matéria-prima reciclada em seus produtos. “Se há quem compre vidro, existe quem o colete e ele pode gerar renda”, afirma Fernando Modé, CEO do Grupo Boticário.
Outro ponto que chama a atenção é o detalhamento dos compromissos assumidos, com a explicação de cada estratégia, organizadas em quatro frentes: neutralizar o impacto ambiental; potencializar a conservação da biodiversidade; alavancar a diversidade e a inclusão; e impulsionar a beleza transparente, item que inclui a rastreabilidade de matérias-primas e a transparência sobre o que vai nas fórmulas e qual o impacto de seus produtos.
A empresa se propõe, por exemplo, a neutralizar o impacto das emissões de gases de efeito estufa, água e energia de 100% de suas operações diretas. Também a promover a conservação da biodiversidade em 3,5 milhões de hectares, uma área 30% maior do que a queimada no Pantanal em 2020.
Pensando em seu time, o Grupo Boticário irá garantir a representatividade de grupos que hoje ainda são minoria nos cargos de liderança, com 25% de negros e 50% de mulheres na diretoria. Na ponta do consumidor, se compromete a zelar para que toda sua comunicação represente a população brasileira.
Outro programa da companhia, o Empreendedoras da Beleza promoveu, no ano passado, a capacitação e o auxílio financeiro para mais de 11.000 mulheres cis e trans que trabalham por conta própria na área da beleza, e estão em situação de vulnerabilidade social. Desde então, o grupo contribuiu para alavancar a geração de renda de mais de 50% das participantes.
O vídeo manifesto que abre a campanha #UmaBelezaDeFuturo encara com transparência o fato de que tudo que a gente faz deixa uma marca. Neste caso, a campanha chama a atenção para a importância do descarte de resíduos. E termina afirmando que “se é para deixar uma marca, que ela seja positiva”, já que o compromisso para o futuro começa com as transformações no presente, provocando o público a refletir sobre o próprio impacto que gera no mundo.
Fontes do post:
video https://www.youtube.com/watch?v=ZCS70msAvPU
https://mercadoeconsumo.com.br/2021/09/09/grupo-boticario-quer-banir-materias-primas-de-origem-animal-ate-2025/?utm_campaign=news_2_artigos_09_09_geral&utm_medium=email&utm_source=RD+Station