Para Paulo Cury, fundador e sócio da Condere, casa independente de M&As, turbulências políticas não devem afetar o ritmo das operações
As operações de fusões e aquisições (M&As, na sigla em inglês) devem se manter aquecidas nos próximos meses, mesmo com as turbulências políticas, afirmou Paulo Cury, fundador e sócio da Condere, uma das principais casas independentes de M&As, na Live do Valor.
Empresas mais capitalizadas, seja em razão dos recentes movimentos de processo de abertura de capital (IPO, em inglês) ou companhias com caixa mais robusto, estão liderando essas transações.
Segundo Cury, a pandemia também tem impulsionado o movimento de M&As, uma vez que empresas estão aproveitando o atual cenário para ganhar escala.
Os setores de saúde, varejo, tecnologia e financeiro são os que mais atraem negócios. Com a pandemia, muitas empresas de varejo estão buscando avançar no e-commerce, diz Cury.
Grupos estrangeiros também estão olhando o mercado brasileiro. Segundo Cury, companhias internacionais buscam se fortalecer em áreas consideradas estratégicas no Brasil.
Casos como Ford e Holcim, que decidiram sair do Brasil, são considerados movimentos pontuais, para o executivo.
Cury vê cada vez mais grupos brasileiros buscando a internacionalização de seus negócios, sobretudo na América Latina. “Tivemos dois exemplos recentes, como a Raízen comprando uma distribuidora de combustíveis no Paraguai, e o Pátria se associando à chilena Moneda”, disse.
Segundo ele, os setores de mineração e agricultura no Peru atraem companhias de fora e o setor de saúde também é muito forte na Colômbia.
Para Cury, também cresce o volume de empresas familiares que buscam investidores. “No passado, vender uma empresa familiar seria considerado como um fracasso. Hoje, esse movimento é estratégico porque os ativos são vistos como um portfólio”, disse.
As companhias médias brasileiras têm se preparado para atrair investidores, seja para venda parcial ou total de seus negócios.
Por Mônica Scaramuzzo — De São Paulo
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/09/10/fusoes-e-aquisicoes-seguirao-aquecidas.ghtml